deambulações oníricas
domingo, 21 de julho de 2013
quarta-feira, 21 de setembro de 2011
segunda-feira, 12 de setembro de 2011
tenho um bule preto, vidrado como um céu de uma noite de verão. Encontrado entre coisas mil, sem sentido ou destino, o bule preto japonês esperou por mim numa dessas feiras dos dias quando o dia da semana diz em seu nome não haver já feira. Acompanha-me nas minhas leituras, no silêncio dos meus pensamentos, nas tardes de um outono que se anuncia na luz que escorre pálida, pelos muros do final da tarde. Perfumado, exala lugares de todos estes mundos sonhados em postais ilustrados, partilhando na intimidade do calor o segredo das folhas que dentro de si vê abrir.
A primeira vez que o usei, negando-me lavar do seu interior a sua história, descobri singular surpresa. Um seixo de praia tão negro quanto o bule, rolou ao sabor da água fervente vertida.pude vê-lo sob a superficie opalina da água, lá no fundo. Nesse fundo do bule, no interior onde abrem as flores, estão duas linhas cruzadas. essas que contam histórias a quem sabe ler os seixos, essas que se desenham na palma das nossas mãos quando o tempo nos revela o destino.Ou essas que desenham em marca o tempo das nossas expressões: depois do esgar da morte, todos os rostos regressam à sua expressão - aquela que corresponde à topografia das rugas. Nunca tirei o seixo do fundo bule.
Julgo que as linhas brancas são as suas nervuras, desenhadas em cruzado.veios, rasgos, ramos, veias, rios, desenho, traços riscados, cicatriz. Nunca o saberei. Sei somente que cada vez que observo o fundo nocturno do meu bule, vejo um céu sem fim, chumbado a azul e cortado por nuvens: vejo o singular o instante dos encontros, quando numa outra profundidade se manifesta a nossa.
sábado, 10 de setembro de 2011
no deslumbre da ideia
das árvores
o azul
pantone
feérica a noite testemunha
a cumplicidade das Ideias.
quem disse que não eram importantes?
quarta-feira, 7 de setembro de 2011
Certo é que sua perspectiva impede-o de partilhar, desinteressada e levianamente a realidade com os demais, habituados à perspectiva terrena, desapaixonada das alturas, limitada sempre num algures por um obstaculo erguido. Nas cordenadas terrenas, a lógica é ritmada pela cadência dupla do passo, da norma aprendida, do dois, um ou outro e algures algo que dificulta a progressão. Foi por isso, vendo sobre as nuvens, na partilha do ceu sem fim, que seu coração conquistou uma outra cordenada, singular. Aquela que partilham todos os que se permitem nela incorrer, ou aos quais a Natureza agraciou com a arte do voo: a da leveza dos sonhos.
domingo, 4 de setembro de 2011
sábado, 3 de setembro de 2011
terça-feira, 16 de agosto de 2011
quinta-feira, 26 de maio de 2011
da circularidade do tempo
que o foram sem o agora ser
e de todos o que encontro nesta constante saudade
daquilo que ainda não aconteceu
de todos os instantes que vivemos e dos quais
saudosos esperamos para
neles poder ser
inteiros.
sombra dos dias
1.recito os aikai de cor.
não esqueças nunca
o gosto solitário
do orvalho.
contra os meus passos
a lua
sorriu.
suave
a manhã mergulha
dentro de si.
2.a sombra dos dias projecta-se sobre o chão, no seu recorte vejo a evidência, tudo o que não se quer ver, porque não se pode, mas o que e deixou, na sua magnificiencia, escapar. somente a luz a conseque delimitar.
essa sombra dos dias em que a eviÊncia deixamos escapar.
quarta-feira, 25 de maio de 2011
o sem coração
E nesse dia em que o vazio se mostrou como evidência, o homem sem coração não pode chorar. Nada na lógica clara da racionalidade lhe indicava que não ter coração merecesse uma lágrima. talvez sim, pudesse ter merecido se essa ausência implicasse a perda de algum proveito, algo que objectivamente se pudesse equacionar como desvalorizante económicamente,mau para a saúde, capaz de trazer problemas com a lei no futuro, enfim. Nada disso estava em presença, a culpa não era sua e por consequência o que se mostrou óbvio foi rir.
Presença, Imanência, Consciência, Natureza, corporeidade, sensibilidade, intensidade, selvagem. Nunca deixem o meu coração.
quarta-feira, 20 de abril de 2011
sexta-feira, 15 de janeiro de 2010
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
a luz da manhã
do seu ventre branco uma mulher retira uma raiz. no acto continuo a raiz adensa-se em ramo de laranjeira carregando papoilas em flor, agapantos, flores de laranjeira e folhagem carnuda cinzenta. São lindissimas as mãos vividas desta mulher. O ramo é dividido. Contra uma janela, no interior luminoso de um parapeito, cada uma das partes é colocada em distintos jarros transparentes.
A silhueta do ramos
recorta
a luz da manhã.
quarta-feira, 19 de agosto de 2009
terça-feira, 18 de agosto de 2009
A cauda do cometa
segunda-feira, 10 de agosto de 2009
curta#4
curta#3
curta#2
curta#1
segunda-feira, 27 de julho de 2009
.
quarta-feira, 15 de julho de 2009
voltei hoje
quinta-feira, 18 de junho de 2009
trans-onirico acidental
terça-feira, 16 de junho de 2009
sábado, 13 de junho de 2009
Sto António de Lisboa
palavra e coisa para aqui e lembras-te do que disseste para ali, do que pensaste e sentiste, do que desejas-te e fizeste. e da ultima vez e ontem e daquela vez e sempre, afinal foi sempre assim, sempre soube e ai pois isto e aquilo, e, e podia ser tudo simples, ser culpado é o mais fácil, afinal depois de todas as parvoices que já dissemos, o que resta para acreditar?
sexta-feira, 12 de junho de 2009
sábado, 23 de maio de 2009
A. de cArtomante
quinta-feira, 30 de abril de 2009
p de paraiso e p de promessa
terça-feira, 28 de abril de 2009
obliquidade temática
domingo, 12 de abril de 2009
latitude D.
terça-feira, 7 de abril de 2009
Jade
quinta-feira, 2 de abril de 2009
sexta-feira, 20 de março de 2009
Cada noite, conto-te uma estória, das que tu me ensinas. Aprendi a ler o mundo, no desfolhar das copas e no brilho salgado das ondas. contigo. Na tua presença, voltei a nascer, em cada toque, em cada sensação. Conto-te as estorias do mundo que me mostras, da vida que tu me ensinas. Cada noite, antes de te ver partir.