segunda-feira, 27 de julho de 2009

.


do silencio das tuas palavras penso o tempo da tua ausencia. Da falta de ser contigo eu mesma.
Depois do encontro, jamais seremos inteiros sós.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

voltei hoje

num desses dias banais em que a cidade se veste de pó e calor, atravessei a praça quente para cumprir um encontro. Da ultima vez que ali tinha estado, sentado na paragem do autocarro, analisara todas as fachadas com cuidado e minucia e posso garantir, no rescaldo dessas investigações, que aquilo com que me vou hoje encontrar, lá não estava. A Relojoaria Maravilhas tem, como outros locais das nossas vidas, a particularidade de existir quando dela necessitamos. E, a verdade é que depois de longa arqueologia dos sentimentos e dos factos, admiti que não sou hoje quem desejaria ser. Nesse dia poeirento, quente porque vestido de Verão, vi a montra da Relojoaria Maravilhas. Fechada desde longa data, ninguem se recorda já quem foi o seu dono, ou o seu último cliente. O correio, amontoado em pirâmide incerta, do outro lado da porta, indiciava as longas décadas que haviam corrido desde o fecho mas, curiosamente, sob um véu de pó, um despertador digital, no canto superior esquerdo da montra piscava: c r e t i n o v o l t a a m a n h ã .