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um homem cruza o tempo, sem imagem, sem corpo. traz consigo uma dor que não lhe pertence, uma bondade que de si brotou. todos. visita-me em silhueta, todas as noites. aguarda-me num umbral de luz. uma janela, uma porta, não me sei. quem a deve atravessar? quantas vidas já viveu antes de viver a minha?
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